Quero um cavalo de várias
Cores
Quero-o depressa, que vou
Partir
Esperam-me prados com
Tantas flores
Que só cavalos de várias
Cores
Podem servir
Quero uma sela feita de restos
D’alguma nuvem que ande no
Céu
Quero-a evasiva, nimbos e
Cerros
Sobre os valados, sobre os
Aterros
Que o mundo é meu
Quero que as rédeas façam
Prodígios
Voa cavalo, galopa mais
Trepa às camadas do céu
Sem fundo
Rumo àquele ponto, exterior
Ao mundo
Para onde tendem as catedrais
Deixem que eu parta, agora já
Antes que murchem todas as
Flores
Tenho a loucura, sei o caminho
Mas como posso partir sozinho
Sem um cavalo de várias cores